sábado, 21 de agosto de 2010

saudade do que poderia

foto Déborah Gérbera














Só com sua presença pude entender a falta que me fez esses anos todos
Soube que poderia ter contato com você todo esse tempo
Com você ora  me senti uma menina ora matura
Sentir-me liberta, leve, feliz
Conheci a grande amiga, grande cúmplice que tanto quis 
 Foi bom
Fui impedida de sentir, fiquei prisioneira
Tudo que vivi de fato não foi fácil
Sobrevivi na força, na raça, no instinto
Suprimir era a ordem, não havia como negar, sabotar
Minhas emoções ficaram entupidas
Com você pude despejar
Saboreei a compreensão, senti conforto, chão
Tensão, medo, eterna vigília, repressão, nada mais conhecia
Pelo seu respeito libertei-me
Saber do seu carinho e amor desde o início de minha existência meu deu a Luz
Cresci
Evolui
Não sei me entregar, tenho medo de amar, compartilhar
A Gérbera me acolheu e salvou e a amarela Orquídea libertou
Uma carga de 35 anos
Fui descarregada
A terra absorveu
Transmutou
Voltei a mim
Quero entregar-me a vida mais e mais e mais e mais
Libertar-me mais
Sou eu mesma, me sinto, me amo,  me faz bem
Entendi que meu tempo é eterno
Meu tempo é eterno
Entendo mais a vida
Minhas amarras estão sendo soltas
Estou vendo o sol, sinto seu calor
Renasço
Tenho certeza de ter o infinito
Tanto teria sido diferente se soubesse do seu amor
Que triste ter sido impedida da sua alegria
Lutar e sozinha é triste
Amarga
Endurece
Agora queria descansar, de tudo
Queria um tempo só comigo
Absorver
Pontuar
Organizar
Quero desarmar
Paz
Muito obrigada por me libertar
Ainda tenho medo
Mas maior é a empolgação das boas novas
Obrigada por me inserir no Universo novamente
Agora sei como ser feliz

A minha Tia Helô
Ao reencontro

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